top of page

R

RENATO MOOG, nascido Renato Britto Costa (São Paulo, Brasil, 4 de abril de 1967) Sou músico, pianista, tecladista, compositor e arranjador. Iniciei os estudos de piano erudito com sete anos de idade, bem como, posteriormente, na adolescência, estudei composição e harmonia pelo Conservatório Heitor Villa-Lobos. Sou discípulo de Sérgio Tastaldi nos estudos de sonoplastia e sequenciação.

Participei de variados grupos musicais, do jazz ao rock, da MPB ao POP. Sou fundador das bandas Mau Contato, Lisarb, Rick Wakeman Project  e Pink Floyd Dream, além de ter participado de diversas outras bandas, dentre as quais: Zanzbanda; Rockcollection; Deep Purple in Rock; Ritmo Bueno (tributo à Carlos Santana); Genesis Archives; Genesis Live; Dino Linardi Band; Relics  e Echoes Pink Floyd São Paulo. 

spitfire_reverse_1500x1500.jpg__600x600_
JcZWLecp_400x400.jpg
2018-01-11-cakewalk.jpg
2c68r0sbi9b1q0v7349ikl1fkc-c4eb564d70773
6.jpg
Spotify_Logo_RGB_White.png
Image by Simone Impei

MOOG

RAINDROPS STUDIO

  • Branco Twitter Ícone
  • Branco Facebook Ícone
  • Branca ícone do YouTube
  • Branca Ícone Pinterest
  • Branca Ícone Instagram

Iniciei os estudos de piano erudito com a Professora Tomazia Neves (Dona Rosa), em janeiro de 1975. Contava com sete anos de idade, e aprendi a ler letras e partituras simultaneamente.  Eu  gostava muito das aulas práticas de piano, mas não era muito simpático às aulas de Teoria musical e de Solfejo, todavia, ainda assim conquistava boas notas. 

 

Em 1977 ganhamos, eu e irmãos, um piano acústico.  Foi um presente muito precioso de nossos pais, sem dúvida. Era um modelo da marca Fritz Dobbert, de fabricação nacional, em acabamento preto, feltro verde, novo em folha, e tinha uma sonoridade muito boa. Diziam que a tecnologia era kawai, japonesa.  O fato é que aquele piano nos acompanhou por muitos e muitos anos.  Atualmente, na casa dos meus pais pode ser visto um piano austríaco Ehrbar, que depois de muito tempo substituiu o Fritz.


À medida que os anos ficavam para trás, crescia meu amor pela música.  Até onde minha memória alcança, e talvez um pouco mais adiante, a música se faz presente em

minha vida, e certamente meus pais são os maiores responsáveis, pois além de gostarem muito desta nobre arte, especialmente música erudita, incentivaram sempre que puderam os estudos.  

Desde a tenra idade ouvia em casa Quartetos de Cordas, Sonatas, Prelúdios, Fugas, Concertos, Sinfonias, etc... e também comecei, desde cedo, a identificar os períodos da música erudita e dos grandes compositores, do Barroco ao Romântico, do Clássico ao Moderno.

Era uma criança comum que gostava de televisão, de jogar futebol nos campinhos, de jogos de tabuleiros, etc... Meu universo de heróis  de infância era variado, eu não fazia distinção entre música, desenho animado, filmes, livros, revistas, etc... 

Estudava livros clássicos dos programas de piano, como: "Microkosmo" de B. Bartok;  "Invenções a duas Vozes" e "Invenções a três vozes", ambos de J. S. Bach,  "Estudos" de C. Czerny; "Gradus ad Parnassum" de Clementi;  Sonatas variadas de L.V. Beethoven; Sonatinas variadas de W. A.

Mozart;  "Estudos" de Cramer; etc... Lembro-me claramente de algumas peças que executei: "A Canoa Virou " (cancioneiro popular, com arranjo de Mário Mascarenhas); "Em um Mercado Persa" (Albert Ketelbey); "O Galope do Diabo" (G. Ludovic); "Bachiana Brasileira n. 4" (Heitor Villa-Lobos);  "Sonata ao Luar" (L. V. Beethoven); "Sonata Patética" (L. V. Beethoven); "Liebestraum No. 3" (Franz Liszt).

 

A escola de piano da Professora Tomázia era muito animada, e em todos os finais de ano eram realizadas as Audições Musicais, e, lembro bem, era um evento mágico, porque os alunos  tinham licença para dedilhar as teclas dos pianos de cauda do Conservatório Dramático de São Paulo e do Conservatório Heitor Villa Lobos, onde eram realizados os eventos.  Imagine! tocar em um piano de cauda Petrof ? Meus irmãos Marcio Britto Costa, Silvia Britto Costa e Cibele Maciet também estudavam piano com a mesma Professora, e participavam das Audições. 

Image6.png

RAINDROPS STUDIO

  • Branco Twitter Ícone
  • Branco Facebook Ícone
  • Branca ícone do YouTube
  • Branca Ícone Pinterest
  • Branca Ícone Instagram

O tempo passava rapidamente, e, então, com quinze anos de idade, e sete de estudos de piano, fui recomendado pela Professora Tomázia para ingressar no Conservatório Heitor Villa Lobos, o mesmo que por anos nos recebeu por ocasião das Audições Musicais.  Era 1983, época de mudanças.  A Ditatura Militar estava anunciando o fim, todos falavam em eleições Diretas, e a grande Seleção de futebol do Brasil tinha sido eliminada pela Seleção da Itália na Copa do Mundo da Espanha, um ano antes.  Passei três maravilhosos anos da minha vida nas salas de aula e corredores daquele Conservatório.  Anos mais tarde, minha filha Renata S Costa também estudou piano ali, e fiz questão de matriculá-la na mesma escola, que, infelizmente, encerrou oficialmente suas atividades em 2013, o que me entristeceu muito.  Por outro lado, minha filha continua firme nos estudos de piano, e, honestamente, acredito que tenha mais talento que o pai.

 

No Conservatório aprendi novas técnicas com a Professora Helena Ianzini, de piano.  Tive aulas importantes de Harmonia com o Professor Carvalho, assim como aulas preciosas de Prática de Orquestra, História da Música, Canto Coral, etc... Participei de vários concursos solista de piano, dentre os quais "Tarde da Juventude Villa-Lobos", "Clarisse Leite", "Adelaide Pereira da Silva", conquistando primeiro lugar em todos.  Conquistei também o primeiro lugar no concurso interno para solista da Orquestra Villa-Lobos, por ocasião da formatura, competindo com colegas pianistas, fato que muito me deixou envaidecido, diante do alto nível da competição.  Toquei um Prelúdio e uma Fuga do Cravo Bem Temperado, de J. S. Bach, além de uma peça de Ravel, um Prelúdio.  O Concerto para piano apresentado na Audição de formatura, com a orquestra do próprio Conservatório, foi o de Robert Schumann, em Lá menor, Op. 54.    

 

Foi também no Conservatório que tive notícia pela primeira vez da forma de funcionamento dos sintetizadores.  Um dos colegas, e infelizmente só me recordo do seu prenome, Samuel, relatou maravilhas sobre estes equipamentos eletrônicos que, é claro, já tinha visto e ouvido falar.  Sabia da existência deles, inclusive dos famosos pianos elétricos Fender Rhodes, mas não sabia exatamente o que eram. Minha curiosidade pelos equipamentos eletrônicos me levou a estudar também

as músicas consideradas "populares", isto é, tudo o que não era música erudita.  Então, foi, digamos, um pequeno passo para poder entender que não se pode enxergar música com preconceito,  Música é arte.  Música é universal.  Música não tem fronteiras. A Música atende sua função quando comove alguém, quando nos faz agradecer a Deus por estarmos vivos.

 

Toquei, a partir de 1986, em diversas bandas de rock, pop, MPB, Jazz, inclusive de músicas autorais.  Tive a grande honra de tocar com grandes amigos, e guardo com carinho lembranças dos dias em que toquei nas bandas: Mau Contato; Fendas; Lisarb; Help Banda, Rockcollection; Zanzibanda; Pink Floyd Dream; Ritmo Bueno; Relics Pink Floyd Tribute; Genesis Archives, dentre outras.  Aprendi muito com músicos formidáveis, seja tocando junto, seja apenas observando, como Celso Porto, Jorge Korad, Paulinho Higa,  Joãozinho batera, Nico Rezende, Claudio Bass, Nelson Ayres, Luciano Alves, e tantos outros.

 

A banda Mau Contato teve grande importância em minha carreira.  Foi a primeira banda verdadeiramente de rock que participei, e fui um dos fundadores,  juntamente com os amigos Paulo Sasso, Renato Renas Fernandes e Miltinho Monteiro.  Conheci Renas e Miltinho no exército. Era o ano de 1986, tinha recém concluído o curso do Conservatório, e estava ávido por aventuras musicais.  Naquela época o rock nacional estava no auge, e no nosso repertório continha músicas das bandas RPM , Ira!, Titãs, Paralamas do Sucesso,  Capital Inicial, mas também tocávamos músicas estrangeiras de bandas como Duran Duran, The Police, The Cure, Beales, Rolling Stones, Queen, Pink Floyd, Creedence, etc... Ganhamos o primeiro lugar em um festival no Município de Suzano (SP), e começamos a trabalhar músicas autorais. Somos ainda amigos, e regularmente nos encontramos para conversarmos e lembrarmos daqueles tempos.

Senti necessidade de conhecer melhor a música eletrônica.  Não bastavam as revistas técnicas que comprava, ou dicas recebidas de amigos.  Precisava atravessar novas fronteiras.  Senti necessidade de aprender com profundidade mixagem, sonoplastia, síntese sonora, sequenciadores, etc...  Matriculei-me no Estúdio Sérgio Tastaldi, em 1992, cujas aulas eram ministradas pelo próprio.

Aprendi muito, afinal, o Mestre tinha larga experiência profissional, pois sabia tudo sobre vinhetas animadas e trilhas sonoras. Foi diretor de arte da Rede Globo - SP, da TV Cultura - SP, da Rede Bandeirantes, além da extinta TV Tupi. Foi diretor musical de shows de Jô Soares, chargista e ilustrador do jornal Folha de São Paulo, bem como Produtor de eventos voltados para o público infantil e criador de bonecos e artes para publicidade, TV e teatro (quem não se lembra do boneco Capivara, do programa da TV Gazeta "Clip Trip” com Beto Rivera, depois “Realce Baby"). Enfim, novos patamares estavam para ser alcançados, e tinha sede, muita sede de conhecimento.

A banda Lisarb veio logo em seguida, de 1987 a 1992, e era composta, em sua primeira formação, por mim, João Lucio de Moraes, Abel Kilter, Jorge Korad e Luiz Cuzziol.  A proposta era trabalhar músicas autorais, com apelo de classic rock com pitadas de rock progressivo.  Apostei muito nisto. Eu comecei a fazer experiências com pedais de efeitos de guitarras nos sintetizadores, a testar novos equipamentos, novas formas de compassos, assim como iniciar estudos com temas atonais. Trabalhamos durante dois ou três anos em estúdio, que, em verdade, era uma garagem improvisada nos fundos da casa do Luizão.  Tínhamos muitos planos e pouca experiência.  Algumas músicas autorais ainda fazem parte do meu set list, como "Passagem ao Nirvana", ou "Claustro", ou ainda "Górgonas".  Ganhamos um prêmio importante em um festival de música autoral, em Mogi das Cruzes (SP).  A banda tinha um enorme potencial, e, só para ilustrar, nós conseguíamos naquela época esgotar todos os ingressos dos shows que realizávamos no Teatro Municipal de Mogi das Cruzes.  Muitas vezes dividíamos o palco com outras bandas da época, daquela região, como "Massa Falida", "Guerrilha", "CIC e RG", "Vítimas", etc...  Foi uma época muito criativa de minha carreira, e, sem dúvida, tinha um parceiro incrível para compor que era o Abel Kilter, muito talentoso com as letras e as melodias, e, juntos, compusemos mais de cem músicas, e a maioria ainda estão vivas  em minha memória, como "Renata", "Akemi", "Eternamente", "Floresta Negra", etc... Tocamos em diversos programas de rádio e televisão, destacando "Programa Livre" do SBT

music-player.png

GLACÉ À LA FRAISE

O meu instrumento principal sempre foi o piano, e com ele compus todas as músicas deste álbum. Posteriormente amadureci os arranjos, e, como regra, os resultados seguiram rumos não planejados, muitas vezes agregando novas nuances, mas sempre fui cauteloso para que as essências de cada uma das músicas não se perdessem.

users.png

ENTREVISTA

Meus pais sempre ouviram música erudita e, mais do que isso, sempre procuraram, na medida do possível, instruir os filhos – somos quatro irmãos - sobre aspectos relativos à música como, a histórias de cada artista e composições, curiosidades, especificidades sobre instrumentos musicais, diferenças básicas entre estilos de época (barroco, clássico, romântico, etc...). Desta forma, aprendi muito rapidamente a identificar cada compositor apenas ouvindo as músicas, se era, por exemplo, de Bach ou de Chopin, se de Tchaikovsky ou Mozart, apenas para citar os mais conhecidos.

Image by Ilenia F.

(1990), com Serginho Groisman, "Mulheres em Desfile" da TV Gazeta (1990), dentre outros.

 

Na segunda formação da Lisarb, de 1989 a 1992 permanecemos eu e o Luiz Cuzziol, e ingressaram Celso Porto, Allan Cardinali e Junior.  A banda passou a agregar elementos de MPB, com letras mais diretas e músicas com estruturas mais ao alcance do grande público.  Gravamos um álbum independente, em 1990, "Passos sem Destino", em São Paulo, e passamos a trabalhar o lançamento.  O disco teve um boa repercussão.

 

O ano de 1996 foi especial porque conheci a mulher da minha vida, Rosa Alexandra da Silva Costa.  Foi também um ano que se tornou um divisor de águas.  Naturalmente eu sempre prestei mais atenção em músicas que continham piano, órgão ou sintetizador. Gostava de "Empty Garden" com o piano rhodes (Elton John); "Êxtase" com sintetizadores e moogs (Guilherme Arantes); etc... Gostava de tecladistas ou pianistas variados, como Elton John, Jerry Lee Lewis, Guilherme Arantes, Keith Emerson (Emerson, Lake and Palmer); Nick Rhodes (Duran Duran); Rick Wakeman (Yes); Tony Banks (Genesis); Rick Wright (Pink Floyd); Jon Lord (Deep Purple), Gregg Rolie (Santana); Lionel Ritchie (Commodors); dentre outros. Ainda gosto deles, é claro, mas eram e são músicos que vivem e trabalham longe da minha terra, com exceção de

Guilherme Arantes.  Com efeito, há vinte, trinta anos, as turnês internacionais eram raras em solo pátrio, e vê-los ao vivo no estrangeiro era apenas um sonho.  Eu conhecia a música deles, mas não conhecia as características de um show ao vivo com a presença deles.  A performance ao vivo, percebi com o tempo, mostra muito do que é um artista. Em 1996 tudo isso iria mudar.  Eu era músico contratado do Zanzibar, que era uma casa de shows que promovia música ao vivo (os proprietários eram músicos, isto é, o Celso Porto e o Flaviola), e ali tocava de tudo, desde Axé Music, passando por MPB, Classic Rock, Xote, etc... A casa, sempre que podia, trazia atrações importantes, como Nico Rezende, Lobão, etc... Assim, quando completou aniversário de cinco anos de atividade em Guararema (SP), uma das atrações da festa comemorativa foi um grande artista nacional: Pepeu Gomes.  No dia da festa, ansioso, subi ao palco antes do show começar e observei de perto os equipamentos do tecladista.

Percebi que ele não empilhava os teclados uns em cima dos outros como eu costumava fazer, mas os dispunha de forma planejada.  Ele usava uma banqueta (eu não usava, pois tocava em pé), a qual  estava posicionada no meio de um set up estrategicamente desenhado em forma de "U". Achei interessante, muito estiloso e harmonioso aquele visual. De qualquer modo, eu sempre fui muito exigente, e queria saber como aquele tecladista, até então desconhecido para mim, iria tocar.

O que aconteceu a seguir foi simplesmente mágico.

 

O som e a performance do tecladista era muito mais o que eu esperava... era algo transcendental!

 

Sim, a sensação que eu tinha era que aquele sujeito ali, totalmente compenetrado e comprometido com a música que produzia, era a própria música, e a música era ele! nunca tinha sequer imaginado aquela vibração inigualável. Fiquei completamente entorpecido. O som de Hammond que eu ouvia, o ligar e desligar da leslie (um modelo XK2, cujo simulador não consegui identificar), era simplesmente arrebatador! eu fiquei ali, ao lado do palco, vendo e ouvindo em estado de transe! Cheguei a uma conclusão: definitivamente eu não sabia tocar! eu apenas transformava o silêncio em som, mas isso não era suficiente, não era nada perto do que eu ouvia.  Eu ouvia música! eu ouvia amor, eu ouvia tristeza, eu ouvia aventura, eu ouvia emoção.  Eu queria ser igual a ele, queria tocar como ele.  Então, a partir daquela noite, resolvi que tinha que parar tudo o que fazia e reavaliar meu modo de ver e fazer música.  O nome dele é Luciano Alves.

bottom of page