Da sacada do meu apartamento, no bairro do Tatuapé, Zona Leste da capital paulista, vi o céu nublado em um dia relativamente quente, naquele sábado de manhã, dia 24 de setembro de 2016. Acordei animado, e como havia planejado, revisei toda a literatura pertinente ao trabalho que iria desenvolver dali a poucas horas. Após um belo café, parti em direção ao Pavilhão de Exposições do Anhembi. Saí da Marginal Tietê, ingressei rumo ao estacionamento, e deparei imediatamente com filas de veículos nas cabines de ingresso, muitos originários dos mais diferentes Municípios do Brasil, alguns até mesmo oriundos de países vizinhos. Este era um sinal claro que a Espomusic 2016 (33ª Feira Internacional da Música) seria um sucesso. Realmente foi!
Palco de um mercado estimado em R$ 2,5 bilhões, o evento atraiu mais de quarenta e duas mil pessoas, gerou quase 3 milhões de reais nas rodadas de negócios, e mais de 240 milhões de reais de vendas ao público. Foram mais de mil produtos apresentados por cerca de 300 marcas. Algumas novidades foram incluídas no programa deste ano, como a ampliação da programação de conteúdo profissional, musical e de entretenimento, que aconteceu em diferentes espaços do Pavilhão, bem como a ampliação dos dias da feira para acesso ao público em geral (quatro dias). A abertura, realizada no dia 21 de setembro, foi exclusiva para os profissionais da área, e entre os dias 22 e 25, a entrada do público foi liberada.
Dentre os expositores de destaque, recebi com muita alegria convite do Grupo Studio Brazil (GSB) para demonstração pública de dois sintetizadores fabricados pela icônica Moog Music Inc., o “Phatty Sub 37” e o semi-modular “Mother 32”. A GSB importa e comercializa equipamentos de alta tecnologia utilizados nas áreas de áudio e vídeo profissional, assim como instrumentos musicais, e representa com exclusividade em nosso país importantes marcas, dentre as quais, como consta em seu portlólio na internet (www.studiobrazil.com.br), a referida fabricante norte-americana de instrumentos eletrônicos que se notabilizou por trazer ao mercado no final da década de 1960 o sintetizador “minimoog D”, até hoje idolatrado e desejado, e considerado um dos ícones da cultura musical eletrônica.
Fui muito bem recebido no stand da GSB pelos simpáticos Cleber Pomerinkas e Manoel Rodrigues, e logo de início pude presenciar de muito perto uma demonstração incrível de equipamentos protagonizada pelo guitarrista Edu Ardanuy, que já havia conhecido no Motorcycle Rock Cruise 2014 (Navio do Rock). Além de exímio guitarrista é sem dúvida um dos músicos mais simpáticos que conheço.
A minha apresentação, no período da tarde ocorreu com excelente presença do público no stand (estima-se a presença de 14 mil pessoas no sábado na feira), todos muitos interessados em ouvir minhas performances e também explicações sobre os equipamentos, incluindo algumas abordagens sobre síntese sonora. Foi muito interessante perceber as pessoas prestando o máximo de atenção nas minhas palavras mesmo quando o assunto era muito técnico, como filtros, geradores de envoltória, osciladores de voltagens, etc...
Entendo que o campo dos sintetizadores é ainda pouco explorado em nosso país, cujo público é tradicionalmente afeito muito mais aos instrumentos de cordas (guitarras, violões, etc...). Não sei se isto se deve à herança cultural ibérica, de qualquer modo, creio que este panorama vem aos poucos sendo alterado graças a iniciativas como esta do GSB, incentivando a divulgação da cultura das teclas. Posso citar ainda, nesse passo, a presença na feira de revistas importantes da área de teclados, como a “Teclas & Afins”, capitaneada pelo músico e CEO Nilton Corazza, da qual sou colaborador; e, é claro, o stand da Roland com o a presença do setup incrível de Marcio Buzelin, da banda J Quest, batizado de Synergy, que pude conferir de perto, e que foi demonstrado pelo próprio músico no domingo.