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Foto do escritorRenato Moog

The Dark Side of the Moon

Atualizado: 21 de abr. de 2021


É o oitavo álbum de estúdio.

A turnê "Eclipse: A Piece for Assorted Lunatics tour" ocorreu entre os dias 17 de Janeiro de 1972 e 04 de Novembro de 1973. As turnês "French Summer Tour" e "British Winter Tour" ocorreram de 18 de Junho de 1974 à 14 de Dezembro de 1974.

O disco marca uma nova fase no som da banda, com um álbum conceitual. Os temas explorados na são principalmente cobiça, doença mental e envelhecimento, inspirados especialmente pela saída de Syd Barrett, integrante que deixou o grupo em 1968 depois que sua saúde mental se deteriorou. O conceito básico do disco foi desenvolvido quando a banda estava em turnê, e muito do novo material foi apresentado ao vivo, muito antes de ser gravado. As letras mais pessoais e instrumentais menores, contendo instrumentos e efeitos sonoros pouco usuais na época, incluindo o som de alguém correndo à volta de um microfone ou mesmo a gravação de múltiplos relógios a tocar ao mesmo tempo.

A banda produziu o trabalho no Abbey Road Studios de Londres em diferentes sessões em 1972 e 1973 ao lado do produtor Alan Parsons, responsável pelo desenvolvimento dos elementos sonoros mais exóticos presentes no disco, contando com a participação dos músicos Dick Parry (saxofone), Lesley Duncan (vocal de apoio), Doris Troy (vocal de apoio), Barry St. John (vocal de apoio), Liza Strike (vocal de apoio), Clare Torry (vocal em "The Great Gig in the Sky, assinando como coautora da música)."

Em 2003, a revista especializada em música Rolling Stone posicionou "Dark Side Of The Moon" (1972) no segundo lugar de uma lista dos 200 álbuns definitivos no "Rock and Roll Hall of Fame". Em 2010, foram lançadas duas edições, "Immersion" e "Experience".

Depois do lançamento de Meddle, a banda se reuniu para uma turnê por Reino Unido, Estados Unidos e Japão, e enquanto ensaiavam nos "Broadhurst Gardens Studios" em Londres o grupo começou a ter idéias para um novo disco. Durante uma reunião na casa de Nick Mason, Waters propôs que o novo material fosse apresentado já naquela nova turnê, contando que sua principal idéia era criar canções que focassem em coisas que "cansam as pessoas", e todos concordaram, gostando da ideia de letras mais pessoais; o vocalista David Gilmour já havia declarado em entrevistas que também achava que a banda vinha tocando canções muito indiretas, e que as mensagens deviam ser mais "claras e específicas", opinião que todos os demais integrantes compartilhavam.

Waters, Gilmour, Wright e Mason trabalharam juntos na criação de material novo. A banda começou a ensaiar seu material novo em segredo em um pequeno armazém de Londres que pertencia ao grupo Rolling Stones, e depois mudaram para o Teatro Rainbow, na mesma cidade, e aproveitaram a ocasião para comprar novos equipamentos, incluindo amplificadores, uma mesa de mixagem e um conjunto inteiro de iluminação de palco. A banda decidiu realizar um concerto com suas novas canções, antes mesmo de gravá-las, a ser realizado no próprio Teatro Rainbow, e para isso o grupo providenciou que mais de nove toneladas de equipamentos fossem levadas até o teatro, e o novo trabalho foi temporariamente apelidado de "The Dark Side of the Moon", mas depois de descobrirem que o título já havia sido usado pela banda Medicine Head, foi decidido que o futuro disco se chamaria Eclipse, mas pouco tempo depois a banda descobriu que o álbum do Medicine Head havia sido um fracasso comercial e o voltaram a usar o nome inicial.

Mesmo antes de finalizar a gravação em estúdio, a banda iniciou a turnê "The Dark Side of the Moon Tour", e contou com datas nos Estados Unidos, Canadá e Europa, permitindo que a banda revisse e melhorasse as canções a cada noite; O concerto "Dark Side of the Moon: A Piece for Assorted Lunatics" foi realizado pela primeira vez no Rainbow em 17 de fevereiro de 1972 com uma plateia formada apenas por jornalistas e críticos, e recebeu avaliações muito boas de quase todos os presentes; Michael Wale, do jornal The Times, escreveu que o espetáculo "trás lágrimas aos olhos", e Derek Jewell, do jornal The Sunday apontou que ambição da banda era "enorme"; por outro lado, a avaliação na revista Melody Maker foi menos favorável, apontando que musicalmente, as ideias eram grandiosas, mas que o efeito sonoro dava a impressão de que as pessoas estavam dentro de uma jaula em um zoológico. As novas canções foram apresentadas quase que na mesma ordem em que foram lançadas no disco posteriormente, mas o som apresentava algumas diferenças quanto ao som lançado mais tarde, principalmente devido a falta de sintetizadores e aos momentos em que eram lidas alguns trechos da bíblia no começo de algumas canções. A banda seguiu fazendo pausas estratégicas na turnê para realizar as gravações em estúdio, realizando o último concerto novamente no Teatro Rainbow em 4 de novembro de 1973.

Outro public enigma? "Dark Side of the Rainbow" (em português, "O Lado Sombrio do Arco-íris" e também encontrado na internet como "The Dark Side of the Oz") é o nome dado ao efeito criado ao tocar o álbum, após o terceiro rugido do leão da MGM, simultaneamente com o filme "O Mágico de Oz" (1939), dirigido por Victor Flaming, e baseado no livro infantil homônimo de L. Frank Baum, no qual a garota Dorothy é capturada por um tornado no Kansas e levada a uma terra fantástica de bruxas, de leões, de espantalhos falantes e de muito mais. Estrelado por Judy Garland, Frank Morgan, Ray Bolger, Jack Haley, Bert Lahr, Billie Burke e Margaret Hamilton. O efeito consiste no fato de que há diversos momentos em que uma obra corresponde a outra, seja por parte das letras das músicas ou pela sincronia áudio-visual. O nome do efeito vem da combinação do título do disco ("Dark Side of the Moon" seria "O Lado Sombrio da Lua", uma metáfora para ilustrar os conceitos de lado negativo da mente e da vida) e da icônica canção do filme "Over the Rainbow" (Além do Arco-Irís), de Harold Arlen, e E.Y. Harburg, cantada no filme por Judy Garland.

Os membros do Pink Floyd insistem que o fenômeno é pura coincidência. Em uma entrevista para o 25º aniversário do disco, Mason negou que o disco foi escrito intencionalmente para ser sincronizado com Oz, dizendo que "Algum cara com muito tempo livre teve essa idéia de combinar "O Mágico de Oz" com "Dark Side of the Moon". Em um especial da MTV sobre o Pink Floyd em 2002, a banda negou qualquer relação entre o disco e o filme, dizendo que na época da gravação de Dark Side não havia tecnologia para reproduzir o filme no estúdio ao mesmo tempo que gravavam o álbum. Em 3 de Março de 2006, na conferência Canadian Music Week, em Toronto, o engenheiro de som do disco, Alan Parsons, afirmou para a platéia durante uma sessão de perguntas-e-respostas de que não houve nenhum esforço de integrar o disco com o filme.

Real ou não, a sincronia foi lembrada no álbum ao vivo "P.U.L.S.E." (1995), cujo set-list incluí "Dark Side of the Moon" na íntegra. A fala em "Great Gig In The Sky", que originalmente dizia "I never said I was frightened of dying" ("Eu nunca disse que tinha medo de morrer"), mudou para "I never said I was frightened of Dorothy" ("Eu nunca disse que tinha medo de Dorothy"). A ilustração da capa - um disco imitando um globo ocular, com um sol sendo eclipsado substituindo a íris - traz escondida algumas imagens referentes ao filme, como uma ilustração de uma garota com sapatos vermelhos e a silhueta do Homem de Lata. Apesar de muitos acharem que essas referências fortalecem a teoria de que o efeito foi de fato planejado, a fala e as imagens podem ter sido idéia da Sony BMG, aproveitando o auge de euforia em torno do efeito na época, e provavelmente sem nenhum aval ou mesmo conhecimento do feito por parte de algum integrante da banda.

  • Na primeira elipse vê-se o personagem "Homem de Lata" posicionando-se a capa do álbum 90º (graus) à direita;

  • Na segunda elipse vê-se engrenagens de um relógio, e muitos afirmam que representa a "bruxa" do filme "O Mágico do Oz", pois os ruído dos relógios do início da música "Time" começam exatamente quando ela aparece;

  • Na Terceira elipse vê uma bicicleta, remetendo ao veículo da velha avarenta do filme "O Mágico de Oz".

Em 1 de junho de 1972, "Us and Them" tornou-se a primeira faixa a ser gravada. A música composta por Wright era chamada de "Violent Sequence", e foi criada como parte da trilha sonora do filme "Zabriskie Point", de Michelangelo Antonioni, que acabou a rejeitando por achá-la "bonita, mas muito triste, sabe?!". Após seis dias a banda gravou "Money"; Roger Waters criou vários efeitos sonoros para essa canção usando dinheiro de verdade, sobretudo moedas, usando a técnica de loop, inédita até então nos discos do grupo. As próximas faixas a serem gravadas foram "Time" e "The Great Gig in the Sky", e depois a banda fez uma pausa de dois meses para ficarem em casa com suas famílias e se prepararem para uma nova série de apresentações nos Estados Unidos. As gravações sofreram diversas interrupções, muitas delas por razões banais, como o fato de, por diversas vezes, Roger abandonou as sessões para assistir partidas de futebol de seu time favorito, o Arsenal Football Club, ou assistir a série "Monty Python's Flying Circus" na televisão, e durante esse tempo Alan Parsons ficava no estúdio trabalhando com o material disponível.

Em janeiro de 1973, a banda se reuniu no estúdio para gravar as canções restantes, "Brain Damage", "Eclipse", "Any Colour You Like" e "On the Run", aproveitando também para realizar pequenas modificações nas faixas já gravadas; para o vocal de apoio em "Brain Damage", "Eclipse" e "Time" foi usada um pequeno coral de quatro mulheres, e Dick Parry foi contratado para tocar o saxofone em "Us and Them" e "Money". Assim que as gravações foram finalizadas, a banda iniciou uma nova turnê pela Europa. "On the Run" foi gravada em sua essência com um sintetizador VCS3, e repetida diversas vezes com a adição de vários efeitos e de várias colagens. Roger Waters, ao ver a sequência de notas tocadas por David Gilmour no sintetizador, achou o som muito bom e resolveu trabalhar nele, aumentando a velocidade, utilizando repetição e diversos efeitos. O resultado foi uma música totalmente futurista, uma espécie de previsão a música que estaria por vir nos anos seguintes. O ritmo acelerado, as batidas de coração e os sons futuristas dão um ar vanguardista à música, que é considerada um dos pontos altos do álbum.

Um set list típico desta época:

  • "Shine On" (na época a banda tocava a primeira versão de "Shine On You Crazy Diamond")

  • "Raving and Drooling" (primeira versão de "Sheep")

  • "Speak to Me"

  • "Breathe"

  • "On the Run"

  • "Time"

  • "The Great Gig in the Sky"

  • "Money"

  • "Us and Them"

  • "Any Colour You Like"

  • "Brain Damage"

  • "Eclipse"

  • "Echoes"

  • "One of These Days"

"Dark Side Of The Moon" elevou o Pink Floyd ao status de estrela, mas com consistência. Todas as fixsas do disco, sem exceção, são obras de arte, seja o hit "Money", ou o encantamento de "Us and Them", o pioneirismo em "On the Run"; seja pela ousadia de "Great Gig in the Sky", com harmonia de piano maravilhosa e vocalise gutural criado de forma magistral por Clary Torry, em improviso; seja por "Time" com sua vibrante e forte direção, inclusive pelo esquema diferenciado de composição, pois o chorus cantado por Wright e o verso cantado por Gilmour foram compostos como que por inversão, isto é, o chorus tem o padrão de verso e vice-versa. "Breathe" é otimista, enquanto o instrumental "Any Colour You Like" é atrativo. "Brain Damage" é simples mas o mesmo tempo convidativa, e "Eclipse" é o grand finale que a banda precisava para fechar o álbum, com sua assinatura de compasso em 6/4.

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