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Foto do escritorRenato Moog

MOOG versus ARP

Atualizado: 23 de mai. de 2020


Jon Lord

Quando Alan Robert Pearlman (Nova Iorque, 1925) fundou a ARP Instruments, Inc. em 1969, a R. A. Moog Inc. (Mais tarde, em 1972, tornaria-se Moog Music Inc.), de Robert Arthur Moog (Nova Iorque, 1934 — Asheville, 2005), já existia há cerca de quinze anos. Não obstante, ao longo da década de 1970 - principalmente - os sintetizadores fabricados pela ARP foram os principais concorrentes dos (sintetizadores) produzidos pela Moog, e, eventualmente, em alguns momentos, a veterena foi superada em vendas, coroada em algumas oportunidades a novata como a fabricante líder mundial de instrumentos musicais eletrônicos.

A ARP lançou o modelo 2500 em 1970, mas não alcançou sucesso comercial, vendendo pouco mais de uma centena de unidades. Todavia, sinalizou a força criativa que viria adiante, até certo ponto de forma impactante.

O sintetizador modular analógico e monofônico foi equipado com um conjunto de interruptores matriz, ligando módulos através dos já conhecidos cabos (patch cords). Foram utilizados cabos de conectores miniphone 1 / 8 " ao invés de cabos com conectores 1 / 4" dos sintetizadores Moog. O principal gabinete do ARP 2500 podia guardar doze módulos, e os gabinetes opcionais podiam guardar seis.

O sucesso mais notável do ARP 2500 foi sua utilização no filme "Close Encounters of the third kind".

O modelo 2600 trouxe síntese analog subtractive, era monofônico e equipado com três osciladores e quarenta e nove teclas. A ARP apresentou ao mundo um sintetizador mais fácil de utilizar do que o modelo 2500. Foi utilizado em escolas e departamentos de musica das universidades. O 2600 trouxe um painel frontal mostrando um esquema impresso demonstrando as várias rotas e caminhos do sinal. Ele disponibilizou todas as funções do sintetizador compactadas em um case de metal que incluiu alto-falantes e unidade de reverberação ligados a um teclado externo.

ARP 2600

A primeira produção da série 2600 tinha painel azul, cases de metal e alças de madeira polida. Modelos posteriores foram produzidos com um painel cinza escuro. O modelo 2600 se manteve em produção de 1971 a 1981.

A ARP, então, desenvolveu novo sintetizador, o Odyssey, que foi muito popular, com síntese analog subtractive, e equipado com 3 osciladores, exatamente como o minimoog modelo D, que a MOOG acabara de lançar após testes produzidos em modelos protótipos:

(a) Modelo-A Protótipo - Construído em 1969, esta versão mais se assemelha ao modular Moog, ​​mas de uma forma muito compacta. No seu caso, de madeira, seis módulos concebidos foram internamente dispostos em conjunto e ligado a um pequeno teclado. Muitos rótulos foram digitadas em papel e gravado para o painel frontal acima dos botões;

(b) Modelo-B Protótipo - Construído em 1970, o esquema modular foi eliminado, e os componentes foram reunidos por um painel frontal. As três secções VCO idênticos foram dispostos em cima uns dos outros do lado esquerdo. O lado direito ficou com a amplitude e os controles de contour filter. A seção do meio dispunha o ruído, filtro (cutoff, res) e os controles de ajuste geral. Houve até um interruptor na parte da frente;

(c) Modelo-C Protótipo - Construído em 1970, esta versão realmente começa a parecer um Minimoog. O layout da esquerda para a direita é familiar quanto aos controladores, oscilador Bank, Mixer, modificadores e seções de saída e pop-up do painel frontal. O Modelo-C foi fotografado para o original Flyer de vendas, introduzindo o Minimoog, embora nesse folheto foi referido como o Model-D;

(d) Model-D Protótipo - Construído em 1970, quase que imediatamente após o Model-C. Mais alguns ajustes para o design do painel frontal trouxe os últimos retoques finais, antes de se preparar para a produção comercial do Model-D;

(e) Model-D - construído em 1971, mais alguns ajustes de design (como a adição de alguns interruptores vermelhos e adequado pitch-bend, além das rodas de modificações) e o Model-D foi o Minimoog vendidos ao público. Curiosamente, existem três versões do modelo-D, com algumas variações muito pequenas e principalmente estéticos.

Pressionada por conta do lançamento de sintetizadores compactos, em detrimento aos modulares, principalmente o minimoog modelo D, a ARP lançou produtos de significativo sucesso, dentre os quais:

1972/1981, 2015/até os dias de hoje - ARP Odyssey.

Sintetizador analógico com síntese analog subtractive, lançado como resposta às pressões impostas pelo lançamento do Minimoog modelo D. Com o objetivo de criar um sintetizador de palco portátil e econômico (o Minimoog, por exemplo, custava US$1,495 quando foi lançado), a ARP elaborou uma versão reduzida do popular ARP 2600, resultando no Odyssey, que se tornou um dos sintetizadores mais vendidos da marca, só perdendo para o ARP omni.

Foram três modelos:

(a) Odyssey Mk I (Model 2800) – (1972 - 1974), produzido entre 1972 e 1974, com a cor branca no painel e usava dois filtros VCF 2-pole com design similar ao antigo Oberheim SEM modules. Mais tarde o Mark I foi produzido nas cores preto e dourado. Alguns vinham com controle de voltagem para Gate/Trigger e uma interface com plugs já instalada;

(b) Odyssey Mk II (Model 2810-5) – (1974 - 1976), produzido entre 1974 e 1976 e tinha o mesmo aspecto do Odyssey I. A principal diferença entre eles é a adição do controle de voltagem Gate e um novo esquema de cores preto e dourado. O 2810 introduziu um VCF beefier 4-pole. Este modelo apresentou o filtro ARP 4035, muito similar aos filtros produzidos pela Moog, e, assim, após reclamação desta útlima, ambas chegaram a um acordo e uma taxa de licenciamento foi paga pela ARP para unidades previamente fabricadas. A ARP projetou seus próprios filtros low-pass e 4-pole. Ele vinha com o filtro 4075 sendo utilizado nos modelos Odyssey subseqüentes. O similar 4072 foi utilizado no 2600, Omni, Axxe, Solus, e outros, e;

(c) Odyssey Mark III (Model 2820-2823) – (1976 - 1981), produzido a partir de 1976 até 1981. O Mk III apresentou o novo modelo de filtro 4075. O resto das suas especificações são praticamente idênticas às do Odyssey II, com exceção da aparência geral (cores laranja e preto) e da qualidade. Este modelo disponibiliza o “ARP-pitch bender” chamado de PPC (Proportional Pitch Control), onde três botões sensíveis à pressão são usados para controlar o bend up, bend down e vibrato; antigos Odysseys utilizavam um simples botão para o pitch bender. O Odyssey Mk III é o modelo mais comum dos Odysseys. Possui saídas XLR, além das saídas 1 /4 desbalanceadas.

Em fevereiro de 2014, a Korg Inc. anunciou o relançamento do Odyssey, com design e funcionalidade baseado no mark III, o que ocorreu efetivamente este ano, com algumas importantes modificações para tornar o instrumento mais atual. O Korg ARP Odyssey introduziu sistema MIDI e porta USB, bem como saída de fone de ouvido separada, além de saída XLR balanceada, porém, e aqui vai minha crítica, as teclas desta versão nova são do tamanho reduzido, como em outros modelos da Korg, o que não me agrada. Minha torcida é para que a Korg/ARP lancem também o sintetizador com o padrão usual de teclas, como ocorreu com o MS-20 Kit.

1972/1977 - ARP Pro Soloist.

Versão revisada e melhorada do modelo anterior Soloist, com expansão do número de presets para trinta, graças à incorporação de eletrônica digital. Sintetizador monofônico com síntese analog subtractive, apresentou trinta e sete teclas, incluindo aftertouch, e apenas um oscilador de voltagem. Um novo gerador de tom "digitalizado" eliminou problemas de afinação sofridos pela antiga versão.

Foi adotado por músicos, dentre outros, como Tony Banks do Gênesis, Josef Zawinul, Billy Preston, Vangelis, Tangerine Dream, Gary Numan e Steve Walsh do Kansas. Banks usou-o proeminentemente nos álbuns do Genesis "Selling England by the Pound" até o ao vivo "Seconds Out". O Pro Soloist ofereceu uma alternativa mais fácil de utilização, e muitos concorrentes sentiram sua presença, como a Moog Music, Korg, Roland Corporation e Farfisa, que tinham introduzido teclados semelhantes, embora, ironicamente, a maioria dos clones dos concorrentes tinha as guias de seleção de voz abaixo do teclado, como o original Soloist. A ARP lançou posteriormente o Pro/DGXA, modelo mais moderno, que permaneceria em produção até o desaparecimento da empresa em 1981.

1975/1981 - ARP Omni.

O modelo Omni ! foi produzido entre 1975 e 1977, e o modelo Omni II entre 1978 e 1981. Sintetizador analógico polifônico com síntese analog subtractive, de quarenta e nove teclas. Apresentou programas (presets) de Strings, filtro simples e controles ADSR. Foi o teclado da ARP mais vendido. O Omni se tornou popular devido a sua utilização na música Disco durante o final dos anos 1970.

A capacidade de produzir sons polifônicos de violino e viola bem como sons monofônicos de baixo e violoncelo foram seus atrativos fundamentais. Era dividido em 3 seções: Strings, Sintetizador e baixo sintetizado – todos disponíveis ao mesmo tempo. O Omni tinha os tradicionais VCA, VCF, LFO e controles para configurar os sons. Dispõe também de dois osciladores por voz, porém não trouxe programas de memória. Foi um revolucionário instrumento eletrônico do seu tempo.

Época de intensa competição, e, assim, naturalmente surgiram os músicos adeptos dos produtos da ARP e os adeptos dos produtos da MOOG. Os fãs da ARP por vezes utilizaram equipamentos da MOOG, e vice-versa, mas a regra geral era pela fidelidade de marca.

A MOOG Inc. lançou ao longo da década de 1970 diversos modelos também, como, dentre outros, o Moog Satéllite (1973), o Micromoog (1975), o Minitmoog (1975), o Polymoog (1975), o Multimoog (1975), o Prodigy (1979), o Opus (1980), o Liberation (1980), o Rogue (1981), o MemoryMoog (1981), o Moog Source (1981).

Turma dos MOOGS, dentre outros:

Keith Emerson (Emerson Lake & PAlmer), utilizou ao longo da carreira principalmente os moogs modulares e o minimoog modelo D.

Rick Wakeman (Yes). Utilizou ao longo da carreira muitos modelos da Moog, como o minimoog modelo D, principalmente.

Richard Wright (Pink Floyd), que utilizou principalmente o minimoog model D.

Turma dos ARPS, dentre outros:

Tony Banks (Genesis). Ao longo da carreira utilizou os modelos ARP 2500, ARP 2600 e principalmente o ARP pro-soloist.

Jon Lord (Deep Purple). Utilizou principalmente o ARP odyssey.

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