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Minimoog Voyager | parte IV

Atualizado: 23 de mai de 2020


O Minimoog clássico era limitado no que se refere à modulação de frequências, pois contava com apenas dois sistemas: como se pode ver na imagem abaixo (painel do minimoog D), especificamente no knob "modulation mix", na divisória "Controllers". Ainda assim, proporcionava excelentes possibilidades neste campo. Em contraste, o minimoog Voyager oferece dois barramentos bem mais ricos, e ambos oferecem idênticas possibilidades de modulações controladas:

As opções:

MOD WHEEL, que é a roda de modulação MOD, ao lado do teclado, e;

PEDAL/ON, por pedal (CV) conectado ao jack MOD1, no painel de trás.

MODULATION BUSSES

A modulação de frequências é muito importante no campo da expressividade, possibilitando ao músico implementações notáveis em sua performance, permitindo que crie trêmulos, vibratos e curvas de afinação.

Quando comecei a estudar síntese sonora, demorei para compreender no que consiste, e, principalmente, a função das ondas modificadores de frequência. Todavia, não tardou para que o considerasse uma das mais importantes funções de um sintetizador.

A técnica de Modulação de frequência (FM) foi desenvolvida por John Chowning no início da década de 1970, e tem ampla aplicação tanto no campo da síntese aditiva como no da síntese subtrativa. Em FM, uma onda principal tem sua frequência modulada, isto é, alterada, por uma onda moduladora. Quando a frequência da moduladora é baixa, isto é, inferior a 20Hz, o efeito é de uma variação da frequência portadora. Quando a frequência da moduladora está na faixa audível, o que ocorre é o surgimento de frequências audíveis laterais (sidebands) .

No minimoog voyager, são dois barramentos de modulação de frequências:

MOD WHEEL, sito é, roda de modulação (localizada no painel esquerdo ao lado das teclas), e;

PEDAL/ON: pedal (CV) conectado ao jack MOD1, no painel traseiro do voyager

Source

Ambos os barramento de modulação do voyager (MOD. WHEEL e PEDAL/ON) apresentam seis opções de fontes (sources), as quais são equivalentes:

  • Onda LFO triângular;

  • Onda LFO quadrada;

  • Oscilador 3;

  • Sample & hold;

  • On/Mod2V, (jack no painel traseiro), e;

  • Noise/PGM

O LFO (Low Frequency Oscillator) gera em princípio uma forma de onda com frequência abaixo da capacidade de audição do ser humano, isto pode variar a depender de cada indivíduo, mas em geral, diz-se que não se pode ouvir frequências abaixo de cerca de 20Hz. Em sintetizadores analógicos, portanto, o LFO é usado como modulador de frequências de outras unidades de síntese, como osciladores (VCO), filtros (VCF) e amplificadores (VCA).

Uma unidade de síntese LFO possibilita a seleção de frequência e forma de onda utilizadas para modificar as frequências audíveis, isto é, a fundamental e os harmônicos não filtrados. Ao selecionar as formas de ondas triangulares ou quadradas, e ao ligar em um dos três osciladores, a frequência de áudio alternará para cima e para baixo de acordo com a faixa de frequências do LFO, resultando em interessantes efeitos sonoros.

Destination

As possibilidades de destino da modulação:

  • PITCH, afinação de todos os três osciladores, em conjunto;

  • OSC2, apenas o oscilador 2;

  • OSC3, apenas o oscilador 3;

  • FILTER, a freqüência de corte do filtro isto é, o cutoff;​

  • WAVE, as formas de onda de todos os três osciladores;

  • LFO/PGM, este é um destino programável. LFO Rate é o padrão. PGM são definidos no modo de edição utilizando as funções do menu "PGM M-WHL DEST" e "PGM PEDAL DEST".

Shapping

O controle shaping (formatação) seleciona opções de modulação:

  • FILT ENV: definida pelo envolope de filtro;

  • VELOCITY: definida pela força nas teclas;

  • PRESSURE: definida pelo aftertouch, isto é, após o toque da tecla, quando assume posição mais profunda, após maior pressão. É muito útil porque libera uma das mãos para outras tarefas, sem precisar lançar mão da roda de modulação;

  • ON/PGM: opção de formação programável; ON é o padrão. Estas fontes estão disponíveis no modo de edição como "PGM Shaping 1 SRC" e "PGM Shaping 2 SRC".

Amount

O controle de quantidade é utilizado para definir o valor máximo da modulação que é enviado para o destino. Se o controle de quantidade for definido como 0, nenhuma modulação ocorrerá. Quando a quantidade é definida como 10, o valor máximo da modulação é enviado para o destino quando o controlador de desempenho (Mod Whell ou MOD1) é acionado.

LFO & FINE TUNE & GLIDE RATE

O LFO (Low Frequency Oscillator), como já anotado, gera em princípio uma forma de onda com frequência abaixo da capacidade de audição do ser humano, isto pode variar a depender de cada indivíduo, mas em geral, diz-se que não se pode ouvir frequências abaixo de cerca de 20Hz. Em sintetizadores analógicos, portanto, o LFO é usado como modulador de frequências de outras unidades de síntese, como osciladores (VCO), filtros (VCF) e amplificadores (VCA).

O LFO é, portanto, um oscilador, mas a frequência que produz é inaudível para o ouvido humano, no caso, trata-se de infrasom. Porém, ele pode servir para modular diversos parâmetros de uma forma que o envelope não é capaz, como por exemplo abrir e fechar o filtro 18 vezes por segundo (um LFO com um rate de 18Hz). Existem várias formas de onda no LFO e elas podem mudar drasticamente o timbre de um som. As mais comuns são senoide, dente de serra, triangular, quadrada e sample & hold (randômico). É por meio do LFO que é possível criar efeito de vibrato (LFO modulando o pitch) ou trêmolo (LFO modulando o volume).

A implementação do circuito LFO segue os mesmos princípios descritos anteriormente sobre os osciladores principais. A quantidade de modulação em geral aplicada pelo LFO é ajustada, de um modo geral, por um controle específico denominado "modulation whell", como no caso do voyager e por exemplo do Prophet V (comando de potenciômetro), enquanto em outros sintetizadores, como o EMS, a modulação é controlada por um bastão de joystick.

O LFO pode modificar não só as frequências dos três osciladores principais, como também o sinal provindo do gerador de ruído (noise generator). Quando o LFO modula o gerador de ruído, pode produzir uma série de efeitos peculiares como sons de motocicleta, máquinas, helicóptero e outros.

Rate

O LFO do voyager produz ondas triangulares e quadradas, como já visto, e oscilam entre 0,2Hz e 50Hz, que podem ser selecionados como fontes de modulação em ambos os barramentos de modulações (MODULATION BUSSES).

LFO Sync

O controle LFO SYNC seleciona quatro modos:

  • OFF/SYNC: permite que o LFO incida livremente;

  • MIDI: permite a divisão do sinal de relógio MIDI, configurado no EDIT na função do modo "MIDI CLK Divider";

  • KB (keyboard): permite que o LFO seja reativado quando uma mensagem MIDI "Note On" é recebida;

  • ENV. GATE: permite entrada pelo ENV GATE para reiniciar o LFO.

Fine tune

Este controle é usado para afinação geral do voyager, permitindo ajustes de até 2 semitons para cima e para baixo, de tal sorte a possibilitar compatibilidade de afinação com outros instrumentos.

Glide rate

Glide ou portamento adiciona efeito de glissando entre as notas, isto é, liga uma nota à outra por meio das frequências intermediárias.

O controle ajusta a taxa a ser aplicada, que pode variar de muito rápido a muito lento. Pode ser ligado ou desligado através do controle localizado ao lado do teclado ou no menu do modo PAINEL da RME.

OUTPUT

O voyager está equipado com duas saídas de áudio.

Existem dois amplificadores (VCA's), um para cada saída, que permitem, assim, a utilização do sistema estéreo de som.

O minimoog clássico não tem efeito estéreo.

O knob MASTER VOLUME é o controle de volume geral.

O knob HEADPHONE VOLUME controla o volume respectivo, cuja conexão para fones de ouvido admite conexão estéreo.

É muito importante a utilização de dois cabos de saídas (tamanho P10), principalmente porque o voyager tem sistema de ambientação, isto é, dois filtros ladder de 4 pólos em cada canal, e justamente por isto é que um novo controle de filtro foi adicionado por Bob Moog e sua equipe de engenharia, que é o "Spacing".

Utilizar este parâmetro ao vivo, nos palcos, é realmente um modo de expressão notável, e não raras as vezes eu lanço mão deste artifício, criando um clima sensacional de estéreo. Por exemplo, na parte IX da música "Shine on You Crazy Diamond", quando entra a última sessão de acordes, quando a música começa a atingir seu ápice, eu começo a trabalhar com o "spacing" sincronizando-o com o andamento da música, criando uma atmosfera incrível, que é absurdamente elevada ao máximo com base na linha melódica fantástica de Richard Wright. Como disse no início deste post, na parte I, o minimoog voyager é uma versão atual do minimoog clássico, com a tecnologia de sua era, e, assim, aprender as possibilidades e saber utilizar em proveito da interpretação os artifícios inovadores é sempre uma excelente opção, e, porque não, trazer novas cores à música do Pink Floyd.

Painel traseiro

VOL: é uma entrada de controle de tensão para comando externo da saída de volume. Ambos os VCA's são afetados por esta conexão. O intervalo de entrada eficaz é de 0 a +5 V, assim, 0V = Volume OFF, e + 5V = Volume Total.

PAN: é uma entrada de controle de tensão para comando externo que permite conexão de pedal de expressão externo ou CV para controlar o panorâmico entre as saídas esquerda e direita do voyager. O intervalo de entrada eficaz é de -5 a +5 V, onde 5V = totalmente à esquerda e + 5V = totalmente à direita. Se um pedal de expressão é ligado, o pedal irá atingir o seu pleno efeito positivo em apenas metade do seu curso útil, uma vez que a conexão admite + 5V. Note também que nã oserá possível deslocar para a esquerda o som com o pedal sem programação de deslocamento adicional, pois o pedal de expressão por tensão não atinge voltagem abaixo de 0 V.

Segue o vídeo tutorial completo, com todas as partes condensadas:

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