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More

Atualizado: 21 de abr. de 2021


É o terceiro álbum de estúdio.

Assim que "More" (1969), filme dirigido por Barbet Schroeder, acabou de ser transmitido na tela de LCD disposta atrás da cabine do motorista, localizada no alto, perto do teto, ao alcance da vista de todos os passageiros, perguntei imediatamente aos amigos da banda o que tinham a dizer. Estávamos viajando em uma turnê de quatro dias pelo Paraná, passando por cidades como Maringá, Foz do Iguaçu, Cascavel e Umuarama. Alguns, como eu, gostaram do que viram, outros detestaram.

Este filme é famoso entre os fãs de Pink Floyd, e principalmente para aqueles mais interessados em seus trabalhos experimentais, feitos entre 1966 e 1972. Recomendo o filme para quem até hoje não conseguiu entender o álbum, e a recomendação é justamente porque ele é uma trilha sonora. Isto é, as músicas foram compostas sob a perspectiva do filme. Ouvir uma trilha sonora sem ver o filme é basicamente não entender a arte, ou, ao menos, entender sob outro enfoque.

A história é de um jovem estudante que viaja da Alemanha à Paris, quando aparece em seu caminho uma bela mulher usuária de heroína. Uma paixão avassaladora e sórdida contamina os dois, e juntos partem para a ilha de Ibiza. Alucinações, drogas, amor livre e meditações fazem parte do dia a dia do casal, um retrato cultural bastante denso e simbólico do final daquela década de 1960. Percebi logo que não se tratava de um filme produzido para as músicas do Pink Floyd, a exemplo de "The Wall", mas justamente o contrário, isto é, a banda criou as músicas para o filme, e estas não são destaques, muito pelo contrário, pouco aparecem no filme. Ok, sem problemas, bastava tocar um trecho de cada música para eu me sentir satisfeito.

É importante compreender que se trata do primeiro trabalho coletivo sem a presença de Syd Barrett, e, assim, não é difícil notar que o grupo estava à deriva, procurando por alguma ilha de inspiração ou uma luz que pudesse apontar o rumo certo. A banda incluiu até mesmo uma música no estilo heavy metal ("Ibiza Bar"), fugindo de suas características. De qualquer forma, o álbum traz raros momentos de beleza, como as adoráveis "Crying Song" e “Green Is The Colour”, e a doce “Cymbaline”.

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