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Foto do escritorRenato Moog

The Final Cut

Atualizado: 21 de abr. de 2021



É o décimo segundo álbum de estúdio.

Embora tecnicamente seja considerado um álbum do Pink Floyd, não é em sua essência exatamente assim. Uma pista é a seguinte: embora na capa e contracapa se possa ler "pink floyd the final cut", nesta última (contracapa) contém descrição diversa muito sintomática, qual seja: "a requiem for the post war dream by Roger Waters". Outra pista é que todas as composições são de Waters. Assim como os álbuns anteriores, é conceitual e é o último com a participação de Waters. Richard Wright, por sua vez, não participou, porque já não fazia mais parte da banda desde sua saída durante as gravações do álbum "The Wall" (1979), razão pela qual dois músicos gravaram pianos, acordeão e órgão hammond: Michael Kamen e Andy Brown.

O álbum foi dedicado ao pai de Roger Waters (Eric Fletcher Waters).

Storm Thorgerson desta vez foi preterido. Waters criou a parte gráfica do álbum usando fotografias tiradas por seu irmão Willie Christie. A capa mostra uma condecoração de guerra e quatro fitas de medalha da Segunda Guerra Mundial apresentados em uma tela preta do fundo.

O hit, "Not Now John", foi a única faixa hard-rock do álbum, e a única em que Gilmour canta. As discussões entre Waters e Gilmour eram tão difíceis e intensas que eles não eram vistos gravando simultaneamente no mesmo estúdio. Gilmour não escondia sua insatisfação, e disse que queria continuar a fazer rock de qualidade, sentindo que Waters estava construindo sequências de canções meramente como um veículo para suas letras com críticas sociais. Waters, por sua vez, dizia que o restante da banda nunca entendeu completamente a importância dos comentários sociais. No fim da gravação, o crédito de co-produção de Gilmour foi tirado do encarte do álbum (apesar de ele ter recebido os direitos autoriais). Não houve turnê para esse álbum, mas as canções foram apresentadas por Waters em suas futuras turnês solo.

A música "The Gunner's Dream" é a minha predileta deste álbum, e conta a história e os pensamentos de um artilheiro aviador enquanto cai para a morte durante um ataque em uma batalha de guerra, sonhando com um mundo seguro no futuro. É uma das quatro músicas com vídeo oficial do álbum.

The Gunner's Dream

Roger Waters

Floating down through the clouds

Memories come rushing up to meet me now.

In the space between the heavens

and in the corner of some foreigh field

I had a dream.

I had a dream.

Goodbye Max.

Goodbye mom.

After the service when you're walking slowly to the car

And the silver in her hair shines in the cold november air

You hear the tolling bell

And touch the silk in your lapel

And as the tear drops rise to meet the comfort of the band

You take her frail hand

And hold on to the dream.

A place to stay

"Oi! A real one ..."

Enough to eat

Somewhere old heroes shuffle safely down the street

Where you can speak out loud

About your doubts and fears

And whats more no-one ever disappears

You never hear their standard issue kicking in your door.

You can relax on both sides of the tracks

And maniacs don't blow holes in bandsmen by remote control

And everyone has recourse to the law

And no-one kills the children anymore.

And no one kills the children anymore.

Night after night

Going round and round my brain

His dream is driving me insane.

In the corner of some foreign field

The gunner sleeps tonight.

What's done is done.

We cannot just write off his final scene.

Take heed of his dream.

Take heed

O refrão "In the corner of some foreign field" é do poema "The Soldier", de Rupert Brooke. Os pianos (acústico e elétrico) de Kamen são econômicos e elegantes, e o solo de saxofone é extremamente inspirado.

The Soldier

Rupert Brooke

"If I should die, think only this of me: That there's some corner of a foreign field That is for ever England. There shall be In that rich earth a richer dust concealed;A dust whom England bore, shaped, made aware, Gave, once, her flowers to love, her ways to roam, A body of England's, breathing English air, Washed by the rivers, blest by suns of home. "And think, this heart, all evil shed away, A pulse in the eternal mind, no less Gives somewhere back the thoughts by England given; Her sights and sounds; dreams happy as her day; And laughter, learnt of friends; and gentleness, In hearts at peace, under an English heaven."

A ficha técnica desta música:

  1. Roger Waters — vocais, contrabaixo, e efeitos

  2. David Gilmour — guitarrra

  3. Nick Mason — Bateria

  4. "The National Philharmonic Orchestra" conduzida sob a regência de Michael Kamen

  5. Raphael Ravenscroft — sax tenor

  6. Michael Kamen — pianos acústico e elétrico

"The Final Cut" (1983) foi inicialmente planejado para ser trilha sonora do filme "The Wall" (1982). Repetindo o estilo de ópera rock de seu predecessor, "The Wall" (1979), foi gravado em oito estúdios diferentes do Reino Unido, entre julho e dezembro de 1982.

Duas citações sobre o álbum:

  1. Roger Waters: "Foi uma tristeza fazer 'The Final Cut', mesmo tendo-o ouvido depois e gostado de grande parte, não gosto da maneira como cantei. Consegue-se perceber a tensão louca por todo o álbum. Se você tenta expressar algo e não consegue fazê-lo por estar tão nervoso... Foi uma época terrível. Nós discutíamos como cães e gatos, começando a perceber ou antes a aceitar que não havia banda. Na verdade estava nos sendo imposto que nós não éramos uma banda, e que não éramos já há muito tempo, pelo menos desde 1975, quando fizemos Wish you were here. Mesmo nessa altura havia grande desacordo sobre o conteúdo e sobre como fazer o álbum [...] Venderam-se 3 milhões de cópias, o que nem era muito para o Pink Floyd, e como consequência David Gilmour disse: 'Aí está, eu sabia que ele estava fazendo tudo errado'. Mas é absolutamente ridículo julgar um álbum apenas pelo número de vendas. Se vamos usar as vendas como único critério, isso faz de Grease um álbum melhor que Graceland".

  2. David Gilmour: "Bem, isto foi sempre o meu objetivo durante anos, ou seja sempre foi um dos meus objetivos, que tudo o que se fizesse, fosse equilibrado. Disse a ele centenas de vezes até chatear – o que conta é o equilíbrio entre as palavras e a música, e eu penso que foi isso que se perdeu em 'The Final Cut'”.

Conheço muita gente que detesta este álbum, taxando-o de sombrio, taciturno, pouco inspirado. Eu, diversamente, gosto de quase tudo o que ele traz. Embora seja um trabalho praticamente solo de Waters, conclui-se após atenta audição que Gilmour e Mason trabalharam com muita inspiração, e é neste álbum que eu identifico um dos melhores solos da carreira de Gilmour, contido na música "The Final Cut", e uma das minhas músicas prediletas da banda, "The Gunners Dream".

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